26 julho 2013

Alguns infinitos são maiores do que outros

John Green


Comecei a ler este livro de forma despretensiosa. Havia terminado de ler um sobre psicologia comportamental e estava realmente a fim de algo puramente "recreativo". Encontrei-o nas prateleiras das lojas Americanas e fui convencida pela crítica do The New York Times na contracapa que dizia: "Um misto de melancolia, doçura, filosofia e diversão. Green nos mostra um amor verdadeiro... muito mais romântico que qualquer pôr do sol à beira da praia". 

"É disto que eu preciso", logo pensei. Contudo, o peso para minha decisão final de trazê-lo para casa foi  uma declaração da protagonista, também estrategicamente escrita na contracapa, que dizia:

"Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros... Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto limitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter". Hazel Grace.

Gostei da reflexão sobre o infinito e então trouxe o livro da capa azul.  Durante a leitura, em poucos momentos, mais precisamente no início, me peguei pensando "Não acredito que estou lendo este livro adolescente". Mas, como insistente que sou, continuei. Ainda bem!

A história é encantadora, embora dramática e triste. Não é nenhuma obra de ficção revolucionária, mas nos faz sentir as mesmas emoções descritas no papel e isso é um grande feito. Afinal, não é qualquer um que me faz debulhar em lágrimas (a ponto de ficar com os olhos inchados) e soltar risadas em um ônibus lotado.

Digo apenas que Hazel Grace e Augustus Waters valem a pena. Principalmente pelos seus diálogos impagáveis. Para não estragar a surpresa, reproduzo abaixo apenas um trecho divertido de Hazel, cuja ideia compartilho há muitos anos:

"...mamãe insistiu que tomássemos café da manhã com o papai, embora fosse uma questão de princípio, para mim, não comer antes do sol nascer, simplesmente porque eu não era um camponês russo do século dezenove me alimentando para fortalecer antes de um dia inteiro de trabalho braçal".

Livro: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca


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